quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Rampa ou degraus?




     A perigosa rampa que hoje existe na calçada do casarão da esquina do Largo da Matriz com a rua Direita, que tanto susto prega nos transeuntes quando chove, já foi uma escadaria. Embora seja notório que degraus podem causar acidentes, vê-se na foto antiga que a inclinação da calçada era menor e provavelmente dava mais segurança a quem passava por ali.

     
     A rampa foi criada pela Prefeitura Municipal ainda na década de 1970 e posteriormente aumentado seu grau de inclinação para atender necessidades de cadeirantes.

     Qual seria a melhor opção para a segurança do local: rampa ou degraus?

Adriano César Curado

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

9ª rodada do Campeonato Pirenopolino

Aconteceu a 9ª rodada do Pirizão. 

No sábado (23.2.13) as 16:00h, Maromba 3X2 JK, gols de Jacaré, Charles e Hiago pela Maromba e Thomaz e Pamonha pelo JK. 

No domingo (24.2.13) mais dois jogos: As 14:00h, Pirenópolis 0X1 Bonsucesso, gol de Darlan. As 16:00h, CIT 2X2 Guarani, 2 gols de Patrik para a CIt e Pelo Guarani Jhonatan e Savinhno. 

Após a 9ª rodada, veja a classificação: 1º JK 19 pts, 2º Maromba 18 pts, 3º Guarani 15 pts, 4º CIT 8 pts, 5º Mangueira 7pts , 6º Bonsucesso 6 pontos., 7º Pirenópolis 4 pts. Artilheiros: 1º: Thomaz JK, 10 gols, 2º: Tobias - Maromba, 9 gols, 3º: Samuel Égol - Mangueira, 7 gols, 4º: Jhonatan - Guarani, 6 gols. 

O JK era a única equipe invicta na competição, perdeu essa invencibilidade para a Maromba, no sábado. O Bonsucesso deixou a lanterna para o Pirenópolis. A CIT entrou no G4, deixando a Mangueira em 5º lugar. 

Veja a próxima rodada: Sábado (2.3.13) 16:00, Bonsucesso x Mangueira. No domingo (3.3.13) as 14:00h, Guarani x Pirenópolis e as 16:00, Maromba x CIT. Por: Amaury Santos. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Janela



Ó janela da alma
que regala o sonho
que vê passar a ilusão
e despedir-se a quimera,
quisera eu reter o tempo
e não deixar partir,
nunca, jamais,
todos os que amo.

Adriano César Curado

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O prédio do Teatro



     Pirenópolis sempre foi uma cidade voltada para a cultura. Comprova isso seu folclore rico em manifestações espontâneas populares e o interesse da juventude na manutenção do rico patrimônio histórico.

     Entre as várias formas de arte que sempre fervilhou na mente dos pirenopolinos está a dramaturgia. Gerações de bons atores se revesavam nos palcos da nossa terra, em espetaculares apresentações que, infelizmente, se perderam no tempo.


     No século dezenove, grande era a carência por um espaço físico na cidade para apresentação das peças teatrais, que eram levadas ao palco pelo teatrólogo Sebastião Pompeu de Pina. E num terreno adquirido de Sebastião José de Siqueira, em 1889, deu-se início à construção do prédio do teatro. E para isso “concorreu o povo, com donativos que eram vendidos em leilões, e a municipalidade com pequena importância. Além disso, Pompeu de Pina fazia loterias, cujos rendimentos eram aplicados àquele fim”. (JAYME, p. 153).

     Sua inauguração se deu em 1899, com a peça “O Judeu”, de Antônio Manuel. E nos anos seguintes mais de 40 peças foram encenadas. Era hábito do pirenopolino espalhar colchões pelo chão para as crianças dormirem e levar lanches para comer durante os espetáculos.


     Algumas peças se destacaram na história do teatro, entre elas "Trinta Botões", "Juiz de Paz da Roça", "Demofontes", "Aspasia", "Ezio em Roma", "Artaxerxes", "Graça de Deus", "Alecrim e Mangerona".

     Sebastião Pompeu morreu em 1927 e o prédio foi vendido a Ilídio, que já tocava a Pensão Central, situada em terreno um pouco acima, e passou a ser usado como cinema e raras apresentações teatrais. Em 1942 Leone Mendonça comprou o prédio e o transformou em casa comercial e salão de bailes. Posteriormente passou a outras mãos e se transformou em marcenaria, bar, mercearia, lojas etc.

     No início da década de 1980, um banco queria comprá-lo para demolir e construir uma agência moderna no local. Salvou-o o prefeito Altamir Mendonça que o adquiriu e, através de convênio com o Governo do Estado de Goiás, conseguiu restaurá-lo e devolvê-lo à função de teatro. Mas passou à administração estadual.



     Vinte anos depois da reforma, o prédio se encontrava muito comprometido por infiltrações e por infestação de cupins. Nesse momento entrou em ação a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis (Soap), com Emílio de Carvalho (presidente), José Reis (secretário) e Adriano Curado (tesoureiro), conseguiu a aprovação de um projeto junto à Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, obteve patrocínio da Petrobras e ocorreu a completa restauração do velho prédio.

     Em 2010, o prefeito Nivaldo Melo conseguiu junto ao Governo do Estado a doação do prédio ao Município de Pirenópolis, três décadas após passar à administração estadual.

Adriano César Curado




Fonte:
Site Wikipedia

Livro:
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis; Uma Cidade para o Turismo. Goiânia: Oriente, 1980.
JAYME, Jarbas, Esboço histórico de Pirenópolis. Goiânia: UFG, 1971.
JAYME, José Sisenando. Pirenópolis: Humorismo e Folclore, Edição do Autor, 1983.
PINA JUNIOR, Sebastião Pompeo. Comédias. Goiânia: Editora Oriente, 1979.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A palmeira da Matriz


     Hoje é um dia muito trista para Pirenópolis, pois foi derrubada a palmeira da torre do nascente, da Igreja Matriz de Pirenópolis. Tratava-se de uma palmeira imperial (Roystonea oleracea), que tem uma irmã na outra torre, e ambas compunham há anos a paisagem do velho templo. 

    Resistiu ao fogo mas não ao tempo, e provavelmente foi destruída pelos cupins, mesma praga que ameaça a outra palmeira.

     Fará falta.

Adriano César Curado


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Seresta das antigas



     Durante os anos de 1990 e 2000, no Hotel Pousada dos Pireneus, semanalmente acontecia uma seresta com bons músicos e impecável repertório.

       Na foto história vemos: em primeiro plano, da esquerda para a direita, Clóvis Nominato (falecido), Zezinho da Sanfona (falecido), Roque de Fonte e Gilmar Gomes. No plano inferior, também da esquerda para a direita, Ita Lopes (falecida), Alaor de Siqueira e Maridelma de Carvalho.

   O conjunto variava, e às vezes contava também com a participação de Bidoro e Euler Amorim.

Adriano César Curado

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

João de Sinhana



     A história é feita de grandes e pequenos homens. Alguns se sobressaem por seus feitos notáveis, outros pela presença marcante. Nessa fotografia de 1983, vemos João, filho da Sinhana, que carrega a bandeira de N. S. do Rosário através da porta da Matriz, na saída do reinado.

     João de Sinhana era muito trabalhador e religioso. Ele morava na rua do Campo numa casebre baixo e antigo. Não gostava que a molecada gritasse que a patrola ia derrubar sua casa e ficava muito nervoso, como medo de que isso acontecesse de verdade.

     Era membro da hoje quase extinta Irmandade das Almas e morreu com cem anos de idade. Ajudava com afinco na parte religiosa da Festa do Divino, mas não se envolvia com a profana. Sua presença era também marcante nas procissões da Semana Santa, quando vestia a opa branca da sua irmandade e carregava uma cruz de madeira comprida.

Adriano César Curado

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Luiz do Louro


     “Luiz Rodrigues, conhecido por Luiz do Louro, caminha pelas ruas da cidade de Pirenópolis, passo a passo tranquilo, apoiado na companheira bengala. Sempre alegre e sorridente, cumprimenta toda gente. Assim, ele diz: 'E aí, gente boa?'

     Luiz é uma pessoa simples e muito querida por todos nós. Está sempre presente em todas as festas para soltar os foguetes, nas festas simples e nos mais lindos banquetes.

     Quando chega o mês de maio, ele fica alegre como se fosse um menino. Fala sorrindo: 'Está chegando a festa do Divino Espírito Santo, eu vou ouvir os toques do sino, vou levantar de madrugada para ir às alvoradas, vou acompanhar a Banda de Couro, soltar foguetes e beber café com bolo. Também vou acordar o doutor Pompeu porque ele é amigo meu'.

     'Tem também os pousos de folia' – fala com alegria – 'vou soltar muitos fogos, comer carne com mandioca, caldo e muitos biscoitos gostosos, beber quentão, ô trem bão!'.

     Luiz é muito mais feliz que muita gente. Ele não deve nada para ninguém, anda sempre contente, não tem patrão nem patroa, sempre dizendo: 'E aí, gente boa!'.

     É ele que tem vida boa.

     Luiz fala sorrindo: 'Vou tomar cerveja gelada na casa de Mauro de Pina, pois ele é gente muito fina”.

Texto da escritora Marieta de Souza Amaral, membro da Academia Pirenopolina de Letras, Artes de Música, gentilmente cedido para este site.





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A alma da cidade



    Toda cidade tem uma alma, principalmente as menores, aquelas que ainda guardam em seu íntimo as doces recordações do campo. E a nossa querida Pirenópolis não é diferente. Ainda há na prosa de seus moradores lembranças das antigas fazendas, onde os causos varavam noites ao borralho dum fogão a lenha.

     Mas também percebemos nas entrelinhas um certo orgulho do passado culturalmente ativo de seus ancestrais. Toda família pirenopolina tem um traço genealógico ligado à música, à literatura, ao teatro etc. Nossa história está repleta de pessoas simples e de cotidiano tranquilo, mas que deixou na gaveta uma partitura inédita ou um livro manuscrito.


     Por outro lado, a cidade vive um confronto enorme advindo da convivência cada vez maior com o turismo e as novas “culturas”. Há uma resistência natural à importação de valores, e isso pode ser avaliado, por exemplo, pelo levante unânime contra a numeração dos Mascarados das Cavalhadas.


     Também há um certo pé atrás dos pirenopolinos em relação aos que “vem de fora” e resolvem se instalar na cidade. Com o correr do tempo, obviamente, o matreiro povo dos Pireneus até cede. Mas a princípio é difícil conquistar a confiança e já ir lá na cozinha tomar café com bolinho de chuva.


     Essa restrição de alcova, chamemos assim, vem possivelmente do século 19 e princípio do 20, quando a cidade era um centro urbano bem isolado, com pouca influência dos viajantes que por aqui passavam.


     E é assim, com muita perseverança, que o tesouro cultural de Pirenópolis segue reluzente pelas gerações e através dos séculos. Pode até ser que essa proteção deixe de existir futuramente, mas isso será gradual e por força da globalização de valores.

Adriano César Curado

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Terra branca

     Recentemente recebi de presente do amigo José Mendonça Teles um livro que muito me impressionou. Trata-se de “Terra branca, terra vermelha”, de Maria Adélia Mendonça Arantes [1] (Rio de Janeiro: Editora Galo Branco, 2007). A “terra branca”, no caso, é Pirenópolis, e a “terra vermelha” a cidade de Bela Vista, para onde ela se mudou mais tarde.

     Selecionei uma passagem impressionante do livro, fato ocorrido há quase um século:

     “Uma das consequências da primeira guerra mundial foi a gripe espanhola. Em Pirenópolis ela se alastrou na cidade e chegou até nossa casa. (…)
     Minha mãe pressentiu que ia pegar a gripe, que vinha atacando pela sequência todas as casas da Rua Direita, principalmente as mulheres de resguardo. A certa altura, ela disse que seria a próxima. E minha mãe apanhou a gripe espanhola. Fortíssima. Ela adoeceu no dia 26 de abril e morreu no dia 26 de maio de 1919. Foi a maior dor da minha vida. Eu adorava minha mãe. Não vou entrar em detalhes. Ela morreu só com meu pai, tia Natália de Pina, Dr. Olavo e eu. Não havia um vizinho que pudesse ajudar, porque na nossa rua quase todos estavam doentes com a espanhola.” (p. 100)

[1] Maria Adélia Mendonça Arantes, mais conhecida por Dona Menina, nasceu em 05/02/1906, na cidade de Pirenópolis. Aos 18 anos de idade transferiu-se para Bela Vista de Goiás, onde lecionou no Grupo Escolar Antônio Carlos, criado em março de 1925. Faleceu em Bela Vista de Goiás em 03/09/1991.



Casarão na rua Direita onde morou Dona Menina

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fotos da folia





Manhã de Carnaval



     O tempo parece meio enfezado, com cara de poucos amigos, forte probabilidade de chuva, mas isso não desanima os foliões. Fila de carros descem pela Av. Joaquim Alves, e eu não sei como se acomodará tanta gente.

     Mais tarde, quando a noite se achegar, o álcool já terá se instalado confortavelmente no cérebro e os foliões ficarão engraçados, brigões, animados etc., conforme o caráter de cada um. Haverá proibição de circulação com copos de vidro e garrafas, mas não será possível controlar a obediência à norma, pois não há efetivo policial suficiente para isso.

     Ainda bem que tocarão o som lá na Rua Direita, aquele do chamado “Carnaval Cultural”, ou essa gente ficaria desocupada a vagar pela cidade. E mente vazia é oficina do diabo.

     Não é recomendado passear em cachoeiras nessa época. A não ser que se esteja disposto a disputar um metro quadrado (ou cúbico) dentro dos poços empanturrados de gente.

     Mas é Carnaval, gente. Deixemos os problemas de sempre para outro dia, as dívidas para a Quarta-feira de Cinzas e as leis para quando voltarmos ao status de cidadãos responsáveis.

Adriano César Curado