sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O prédio do Teatro



     Pirenópolis sempre foi uma cidade voltada para a cultura. Comprova isso seu folclore rico em manifestações espontâneas populares e o interesse da juventude na manutenção do rico patrimônio histórico.

     Entre as várias formas de arte que sempre fervilhou na mente dos pirenopolinos está a dramaturgia. Gerações de bons atores se revesavam nos palcos da nossa terra, em espetaculares apresentações que, infelizmente, se perderam no tempo.


     No século dezenove, grande era a carência por um espaço físico na cidade para apresentação das peças teatrais, que eram levadas ao palco pelo teatrólogo Sebastião Pompeu de Pina. E num terreno adquirido de Sebastião José de Siqueira, em 1889, deu-se início à construção do prédio do teatro. E para isso “concorreu o povo, com donativos que eram vendidos em leilões, e a municipalidade com pequena importância. Além disso, Pompeu de Pina fazia loterias, cujos rendimentos eram aplicados àquele fim”. (JAYME, p. 153).

     Sua inauguração se deu em 1899, com a peça “O Judeu”, de Antônio Manuel. E nos anos seguintes mais de 40 peças foram encenadas. Era hábito do pirenopolino espalhar colchões pelo chão para as crianças dormirem e levar lanches para comer durante os espetáculos.


     Algumas peças se destacaram na história do teatro, entre elas "Trinta Botões", "Juiz de Paz da Roça", "Demofontes", "Aspasia", "Ezio em Roma", "Artaxerxes", "Graça de Deus", "Alecrim e Mangerona".

     Sebastião Pompeu morreu em 1927 e o prédio foi vendido a Ilídio, que já tocava a Pensão Central, situada em terreno um pouco acima, e passou a ser usado como cinema e raras apresentações teatrais. Em 1942 Leone Mendonça comprou o prédio e o transformou em casa comercial e salão de bailes. Posteriormente passou a outras mãos e se transformou em marcenaria, bar, mercearia, lojas etc.

     No início da década de 1980, um banco queria comprá-lo para demolir e construir uma agência moderna no local. Salvou-o o prefeito Altamir Mendonça que o adquiriu e, através de convênio com o Governo do Estado de Goiás, conseguiu restaurá-lo e devolvê-lo à função de teatro. Mas passou à administração estadual.



     Vinte anos depois da reforma, o prédio se encontrava muito comprometido por infiltrações e por infestação de cupins. Nesse momento entrou em ação a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis (Soap), com Emílio de Carvalho (presidente), José Reis (secretário) e Adriano Curado (tesoureiro), conseguiu a aprovação de um projeto junto à Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, obteve patrocínio da Petrobras e ocorreu a completa restauração do velho prédio.

     Em 2010, o prefeito Nivaldo Melo conseguiu junto ao Governo do Estado a doação do prédio ao Município de Pirenópolis, três décadas após passar à administração estadual.

Adriano César Curado




Fonte:
Site Wikipedia

Livro:
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis; Uma Cidade para o Turismo. Goiânia: Oriente, 1980.
JAYME, Jarbas, Esboço histórico de Pirenópolis. Goiânia: UFG, 1971.
JAYME, José Sisenando. Pirenópolis: Humorismo e Folclore, Edição do Autor, 1983.
PINA JUNIOR, Sebastião Pompeo. Comédias. Goiânia: Editora Oriente, 1979.

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