domingo, 20 de abril de 2014

Sábado Santo e Domingo de Páscoa


PARTE 5 - DIAS DE FOLIA 
- SÁBADO SANTO 
- DOMINGO DE PÁSCOA

Lendo o Livro Pirenópolis Humorismo e Folclore, de José Sizenando Jayme, há uma relato da Semana Santa até 1940. De la pra cá, muita coisa mudou, vejamos:

ADAPTADO!

X – Sábado de Aleluia – Era dia alegre, uma antecipação da Ressurreição. Missa festiva na Matriz, com bênção do fogo, do círio, dos óleos sagrados e da água. Cerimônia longuíssima e cansativa.

Após a Missa, vinha a festa popular da queima do Judas.
Ao meio-dia do Sábado Santo, toque de sinos da Matriz, repicando alegremente, quando então se ouviam as primeiras roqueiras, prenunciando a grande Festa do Divino, para daí cerca de dois meses... Saia a “Folia dos Homens”, com grande acompanhamento, banda de música e muito foguetório, a qual percorria parte da cidade. O ponto de partida era a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (sempre é bom lembrar, demolida pelos brancos). 

A folia, ao som de dobrados, marchas e galopes, percorria a Rua Aurora, o Alto do Bonfim, a Rua do Bonfim, descendo até a Matriz, seu ponto final. Durante anos, Josué Pereira da Veiga teve o privilégio de carregar, pela cidade, a Bandeira do Divino. A honra de carregar a Coroa do Divino, na folia, enquanto viveu, coube ao Coronel Chico de Sá. De rua em rua, casa por casa, os objetos sagrados eram beijados pelo povo, que dava esmolas, destinadas ao custeio da próxima Festa do Divino Espírito Santo.

XI – Domingo de Páscoa ou da Ressurreição. Começava com a bonita procissão, de madrugada, percorrendo os roteiros de costume. Dominava o branco dos vestidos e véus. Acompanhamentos festivos de banda de música, tocando marchas e dobrados. Foguetório. Alegria geral. Cristo tinha vencido a morte, ressuscitara! De volta a Matriz, começava a Missa de Páscoa, com o coro entoando cânticos alegres e a comunhão pascal de centenas e centenas de fiéis. 

Estava terminada a Semana Santa... Mas não o Domingo festivo.
Ao meio-dia, repique alegre dos sinos da Matriz, a voz poderosa das roqueiras e metralha dos foguetes... Durante a tarde, percorria a cidade a “Folia das Moças”, conduzindo a Bandeira e a Coroa do Divino, como no dia anterior. Só que essa folia tinha um encanto diferente: a graça e beleza das senhoritas, que eram o chamarisco da Folia e pediam esmolas de casa em casa. A arrecadação crescia, é claro... e o “Imperador do Divino” recebia com muito agrado esse reforço de verba, para as despesas da próxima festa, mais profana que religiosa, e hoje transformada em atração turística.

A “Folia das Moças tinha o seguinte itinerário: Matriz, Rua Direita, Alto da Lapa, Rua Santa Cruz, Rua Nova, Rua da Prata e Rua do Oratório. Daí dirigia-se a residência do próximo “Imperador do Divino”, aonde era obsequiada com lauta mesa de salgados, bebidas e doces finos.

Texto Marcos Vinicius

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