sexta-feira, 10 de julho de 2015

A Guerra do Paraguai


A Guerra do Paraguai completa seus 150 anos. Foi a maior de toda a América do Sul. O Brasil sagrou-se vencedor.
O coração do Brasil, nos sertões de Goiás e Mato Grosso eram regiões completamente desconhecidas ainda no século XIX. Foi graças ao dedicado e custoso trabalho dos primeiros geógrafos e estudiosos que essa parte do grande oeste passou a ser vislumbrado pela Coroa Portuguesa, principalmente na perspectiva de possíveis riquezas auríferas.
As minas de Vila Boa de Goyaz e de Cuiabá passaram a constituir, a partir de 1727 as grandes esperanças de uma colônia cada vez mais usurpada pela Metrópole, cujas riquezas passaram a ser a esperança do crescimento e da liberdade almejados por Portugal.
Augusto Leverger foi, portanto, um herói, na mais completa acepção da palavra. No âmbito da Geografia do coração do Brasil foi um pioneiro imbatível com suas profícuas anotações e descrições sublimes do sertão, inclusive, da presença sobrenatural.
Sua trajetória de militar e homem público foi traçada com maestria, pelo incomparável escritor brasileiro Visconde de Taunay e que foi publicada primeiramente pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e mais tarde pela Companhia Melhoramentos pelo Estado de São Paulo.
O almirante Leverger notabilizou-se também na história de Mato Grosso que foi homenageado ao denominar duas cidades daquele Estado. Tal fato deveu-se ao mandar erigir uma trincheira fortificada nas colinas de Melgaço, no período da Guerra do Paraguai, à margem do Rio Cuiabá, para conter tropas paraguaias que estariam para invadir a capital mato-grossense.
Não ocorreu a invasão, mas houve a movimentação militar levergeriana de resistência. Quando o almirante Augusto Leverger foi receber o título de barão, pairavam dúvidas sobre o significado do termo Melgaço.
Solicitou ao francês Boulanger, seu patrício e hábil projetista, a execução de um brasão e um diploma que lhe honrasse o título recebido. Em trecho da carta enviada com esse propósito, nos diz o Barão de próprio punho: “peço a V. Ex. o obséquio de tratar da obtenção do diploma, brasão, etc., pois não tenho tempo nem facilidade de imaginar coisa alguma a este respeito. Ministrar-lhe-ei as seguintes verídicas informações. Não sei a significação nem a etimologia de Melgaço. É o nome de uma série de colinas que bordam o Rio Cuiabá, distante vinte léguas”.
Também a questão dos litígios de Mato Grosso, estudados e defendidos por Leverger, foram mais tarde estudados pelo Conde Afonso Celso em 1921, valendo-se dos estudos feitos pelo Barão de Melgaço quase cem anos antes, demonstrando a antevisão de futuro do grande homem da história do Mato Grosso.
Goyaz deve a Leverger a intensa pesquisa sobre os limites entre esta Província e a de Mato Grosso, quando com imparcialidade, o mesmo reconheceu o erro de sua Província em relação às terras limítrofes, na região hoje de Barra do Garças.
Nos 150 anos da Guerra do Paraguai, a lembrança de Leverger.

Bento Fleury

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