terça-feira, 28 de junho de 2016

Comercial futebol clube


Comercial futebol clube: Em pé da esquerda para a direita : Findêncio, Nem Franco, Vando Franco, Zé Paca Franco, Edinho Nhonhô e Zezé de Ulisses. Agachados : Roquim da Luz, Cafu, Parrilla, Pericles Oliveira e Valsilei.

Foto e texto: João Martins de Arruda Sobrinho (Batiá)

MP oferece denúncia contra grupo criminoso que atuava no tráfico de drogas em Pirenópolis e no DF

A promotora de Justiça Renata Caroliny Ribeiro e Silva ofereceu denúncia contra 12 pessoas envolvidas no tráfico de drogas envolvendo núcleos de um grupo criminoso em Pirenópolis e no Entorno do Distrito Federal. Durante os anos de 2014 a 2016, estima-se que o grupo traficou aproximadamente 5 toneladas de entorpecentes.

Segundo apontado, as investigações tiveram início a partir de denúncia de uma fonte colaboradora à Delegacia de Repressões e Entorpecentes da Polícia Federal do Distrito Federal, a qual indicou a existência de um grupo criminoso vinculado ao tráfico de drogas, encabeçado pelos irmãos Lucimar, Edmar e Lindomar Batista Ferreira, além de Tiago Dilyan Brito Ribeiro.

Conforme informações da fonte colaboradora, o grupo era enraizado na cidade de Pirenópolis e tinha como modo de operação o tráfico de cargas de drogas acondicionadas em caminhões. Os entorpecentes, originários do Mato Grosso do Sul, abasteciam diversas cidades do Estado de Goiás e regiões administrativas do Distrito Federal.

São ainda réus na denúncia Jucélio Batista Ferreira, irmão dos outros três denunciados; Francisco de Assis Bastos da Silva; Amauri Pereira; Mamed Aidar Filho; Laís Maria Azevedo Afonso; Técio Dejan Brito Ribeiro da Cunha; Leandro Kuiti Araújo Okumura e Mayra Ferreira dos Santos.

O esquema
Após a realização de diligências na cidade de Pirenópolis, entre junho e agosto de 2015, a equipe policial confirmou a veracidade das informações fornecidas pelo denunciante, já que, em uma de suas monitorações, os policiais avistaram o denunciado Edmar Batista, conhecido como Zinho, vistoriando e entregando um de seus caminhões, que estava em uma oficina de carrocerias na cidade de Anápolis, a Sebastião Gonçalves Soares e Gilmar Basílio Soares, pai e filho, os quais, posteriormente, se deslocaram sentido Mato Grosso do Sul, Estado onde os entorpecentes foram adquiridos.

Na mesma ocasião, durante o monitoramento à residência de Edmar Batista, a equipe policial atestou a chegada de Thiago Dilyan ao local, momento em que Thiago e Edmar também se deslocaram, em um veículo Celta, sentido MS, com a finalidade de gerenciar a aquisição dos entorpecentes e acompanhar o transporte. Assim, no dia 5 de agosto de 2015, na BR-060, nas proximidades do município de Rio Verde, Sebastião e Gilmar foram abordados por agentes da Polícia Rodoviária Federal, ocasião em que se constatou que o caminhão, no momento da apreensão, continha em sua carroceria 3.193 quilos de maconha, acondicionados em 2.383 pacotes de plástico de PVC transparente.

Comprovou-se, posteriormente, que este transporte foi realizado sob ordem e gerenciamento dos denunciados Lindomar Batista, vulgo Beto da Madeira; Edmar Batista, e Thiago Dylian, com a participação e auxílio de Jucélio Batista e Lucimar Batista, conhecido como Selmar. Sebastião e Gilmar foram condenados pela prática de tráfico interestadual de drogas, conforme sentença proferida nos autos de número 201502835546/TJGO.

A partir da análise de interceptação telefônica feita com autorização judicial, ficou clara a existência de dois grupos criminosos voltados ao tráfico de drogas acondicionadas em veículos automotores, a maioria caminhões. Os dois grupos tinham como delimitação o espaço territorial em que atuavam, um na cidade de Pirenópolis, abastecendo diversas cidades do estado de Goiás, e o outro baseado no Distrito Federal, onde abastecia as cidades-satélites da região. Ambos os grupos eram chefiados por Lindomar, companheiro da denunciada Laís, o qual, mesmo preso em regime fechado na cidade de Aparecida de Goiânia, gerenciava a atuação de todos, por meio da obtenção e indicação de fornecedores, articulação de pagamentos, empréstimo de caminhões para transporte de droga e autorização de transporte, em relação a datas e horários menos expostos à ação policial.

Conforme se apurou, abaixo de Lindomar, o denunciado Thiago Brito era a principal ligação entre os dois grupos investigados. Em parceria com Lindomar, ele financiava as operações de aquisição de drogas no Mato Grosso do Sul, como também adquiria parte das substâncias para posterior distribuição no Entorno do Distrito Federal, região onde atuava associado aos denunciados Francisco de Assis, Técio e Leandro.

Em uma das apreensões, ocorrida em 15 de fevereiro deste ano, a polícia flagrou o transporte de 1.345 quilos de maconha, no município goiano de Posselândia, ocultos no fundo falso de um caminhão pertencente a Lindomar Batista.

Operação e crimes
A operação, conhecida como Overtime, foi deflagrada pela Polícia Federal em 31 de março deste ano. Foram cumpridos 30 mandados judiciais expedidos pelo Juízo da Comarca de Pirenópolis, sendo 14 de prisão preventiva. O cumprimento das ordens ocorreu no Distrito Federal e nos municípios goianos de Pirenópolis, Niquelândia, Goiânia e São Francisco de Goiás. Também foram cumpridos mandados em presídios localizados em Brasília, Tobias Barreto (SE) e em Aparecida de Goiânia. Foram apreendidos com alguns dos integrantes do grupo armas, munições e veículos utilizados no transporte das drogas.

 (Texto: Cristina Rosa / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO - foto: Banco de Imagem)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Time Share

Esses 100 apartamentos em quatro blocos que querem construir no Hotel Quinta Santa Bárbara, no sistema de Time Share, vai acabar com o sossego de Pirenópolis. 

A cidade não possui infraestrutura de água, esgoto e trânsito. Como comportar a chegada de tanta gente? Serão com certeza pelo menos duzentos carros constantemente aumentando o transito local. E digo isso porque o modelo de Time Share induz à ocupação dos apartamento o ano todo. 

Exemplo: doze pessoas compram um apartamento e cada uma tem direito a usá-lo um mês por ano. Esse uso poderá ser pessoalmente ou por aluguel. Ora, é evidente que, se tenho direito de usá-lo por trinta dias, vou trabalhar para que não fique fechado.

Se esse projeto realmente vingar, podemos dar adeus à cidade de Pirenópolis. Não demora para que aqui se transforme em Caldas Novas. Não teremos mais nossa bucólica e romântica cidade. Com essa mudança, o turista que aqui frequenta também mudará, e em vez dos casais românticos, teremos popozudas sobre o capô dos carros.

Ainda há tempo de reverter isso. Vamos nos unir para, através das vias competentes (administrativas, judiciais, políticas), conseguirmos impedir que a especulação imobiliária vença e derrote a velha Meia Ponte.

Assim como todo pirenopolino que ama sua terra, sou contra o Time Share em Pirenópolis e faço parte da resistência. Se depender de mim, não sairá do papel. 

Adriano Curado

Prédio em Pirenópolis não gera impacto no Centro Histórico, afirma Iphan

Instituto explicou toda a análise técnica feita em relação à pousada Quinta Santa Bárbara, mostrando que, do ponto de vista estrutural, não haverá dano à cidade


O prédio da pousada Quinta Santa Bárbara, em Pirenópolis, não causará impacto algum no Centro Histórico da cidade, de acordo com arquiteto Sílvio Cavalcante, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O visual é o mesmo. A construção está dentro da legislação histórica. Não causa impacto nenhum no centro histórico”, disse.

Após movimentação de moradores de Pirenópolis contra as obras dos edifícios Estrada Parque dos Pireneus e Quinta Santa Bárbara, o instituto explicou ao Jornal Opção exatamente como é o projeto aprovado. As construções serão destinadas para moradia e turismo, e estão sendo questionadas (dentre outros pontos) pela influência na estrutura de construções históricas da cidade.

O Iphan comentou, entretanto, somente sobre o projeto da Quinta Santa Bárbara que, de acordo com a coordenadora técnica Beatriz Otto de Santana, foi o único que chegou para avaliação. “Provavelmente o outro não chegou aqui porque o empreendimento não deve ser construído em área tombada”, explica.

A pousada Quinta Santa Bárbara já existe e fica ao lado da Igreja do Bonfim. A ampliação será feita após firmada sociedade entre o dono da pousada e a B3 Incorporadora e Construtora. O local, que atualmente possui chalés, será ampliado com a construção de 14 blocos com 199 apartamentos. O local contará com uma biblioteca, uma sala de jogos e uma academia.

O projeto já havia passado pelo Iphan em 2014, mas foi rejeitado por não respeitar a área de ocupação permitida. Segundo Beatriz Otto, o documento anterior previa ocupação de 30% do terreno, sendo que, pelo tamanho da área, há uma restrição, permitindo que seja utilizado somente 10%. No segundo projeto enviado, a área foi reduzida para o que é permitido.

A coordenadora explicou que é de competência do Iphan a análise da altura do edifício, ocupação e materiais usados. Em relação à altura, por ser área tombada, as edificações podem ter até dois pavimentos a depender da inclinação do terreno. No caso da pousada, após avaliar a inclinação, o instituto percebeu que seria possível construir dois andares com altura máxima de 8,5 metros pelo fato da rua ser mais alta. “Desta forma, o prédio não irá destoar da altura das construções da região”, pontuou Beatriz.

Para análise da altura, o Iphan se atentou ainda para a vegetação local. A preocupação do instituto era que o tamanho do prédio destoasse do resto da cidade. Conforme a coordenadora técnica, no entanto, a massa vegetativa da região ameniza o volume que os dois edifícios vão criar. “Independente disso, a topografia do terreno permite esses dois pavimentos. Por isso, nesse caso, foi permitido”, assegurou.

Sobre as nascentes e córregos, um dos questionamentos dos moradores contrários às construções, a coordenadora técnica assegurou que, de fato, na área existe o Córrego da Prata. Entretanto, a Área de Preservação Permanente (APP) foi e continuará sendo respeitada.

Outro ponto analisado é a ocupação no limite do terreno e os materiais usados. Conforme Beatriz, para respeitar as características do período do ouro presente em Pirenópolis, as construções devem estar “grudadas” no limite dos muros e calçadas. Além disso, serão utilizadas telhas coloniais e os edifícios serão pintados de branco para seguir a leitura do conjunto local. “Claro que não vai recriar um edifício histórico, mas analisamos para ver se está adequado à cidade”, conta.

Beatriz Otto assegurou que foi analisado pelo Iphan até onde coube ao instituto. Ao fim do parecer técnico foi frisado que documento não extingue a necessidade de análise por outras instâncias municipais, como a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

O secretário de Meio Ambiente,  Arthur Pereira Abreu Júnior, informou ao Jornal Opção que o licenciamento ambiental foi concedido em setembro deste ano.

Já a pousada Estrada Parque dos Pireneus ainda não deu entrada para a licença ambiental. O processo ainda está na Secretaria de Finanças, responsável por conceder o alvará de construção.
Time Share

Além da preocupação em torno da estrutura histórias e dos recursos ambientais, moradores afirmam que a cidade não possui infraestrutura para suportar o aumento da circulação de turistas. Isso porque a pousada pretende ser no sistema “time share”, em que em várias pessoas compram o mesmo apartamento, tornando-se sócias.

O arquiteto Sílvio Cavalcante comentou que, de fato, o sistema naturalmente gera um aumento de pessoas na região. “O problema é que a cidade de fato não possui infraestrutura de água, esgoto, trânsito”, comenta. De acordo com ele, o modelo  já é adotado em diversas pousadas de Caldas Novas, a 166 km de Goiânia, aumentando o tempo de ocupação dos hóspedes e pressionando a cidade. “O apartamento acaba sendo alugado o ano todo”, sustenta.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

HOSPITAL ERNESTINA PARTICIPA DO FAEG/SENAR EM AÇÃO

 O Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), participa no próximo sábado (18) do evento FAEG/SENAR em AÇÃO, que acontece no Povoado da Placa – GO 338, a 28 km de Pirenópolis. A ação, realizada das 7h às 17h, visa oferecer serviços gratuitos nas áreas de saúde, cidadania, como expedições de documentos, e lazer com atividades culturais e outras atrações para a população pirenopolina e demais regiões.

O HEELJ atuará no evento disponibilizando quatro profissionais da saúde que realizarão coleta de sangue para exames laboratoriais, (PSA) para diagnóstico do câncer de próstata, ultrassonografia (USG), ecocardiograma (ECO) e eletrocardiograma (ECG), além de agendamento de consultas em várias especialidades.

O projeto é iniciativa do Sindicato Rural de Pirenópolis em parceira com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (SENAR-GO), da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e tem como parceira além do HEELJ, da Prefeitura de Pirenópolis. O evento contará com a presença do presidente da FAEG, José Mário Schreiner, do secretário municipal de saúde, Hisham Mohamad Hamida e do presidente do Sindicato Rural de Pirenópolis, Francisco Vaz Gontijo. 

Fonte: Mariana Climaco Ruschel

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Ela aguarda




Na solidão de sua janela ela aguarda paciente o cortejo imperial passar. Tolha vermelha para lembrar o Espírito Santo, imagem do Divino Pai Eterno junto ao coração, ela aguarda porque sabe que o Imperador não tarda.

Adriano Curado

Faltam 56 dias para o fechamento do livro FAMÍLIA JAIME/JAYME: GENEALOGIA E HISTÓRIA.


 Caros primos,
estamos na reta final de fechamento do livro sobre nossa família,
dando continuidade ao primoroso FAMÍLIAS PIRENOPOLINAS do
inigualável genalogista e historiador JARBAS JAYME.

O livro está programado para ser "fechado" (apenas as informações), no dia 31 de julho, quando completará um ano do início do projeto.

A partir do dia 1º de agosto, me dedicarei a complementar a redação e dar forma ao livro.

Não será um livro apenas de dados genealógicos. Pretendo incluir, -"en passant" - fatos relativos à História do Brasil e de Goiás, onde alguns de nossos parentes tiveram participação como protagonistas ou personagens secundários.

Nessa reta final, estou contando com a ajuda imprescindível dos primos Marcio Jayme (Pirenópolis), Fabio Maciel Guimaraes (Rio Verde), Silvio Costa (linhagem de Olívia Lopes Jayme), Belti Jayme Procopio (Minas Gerais), Magaly Jayme Almeida (Rio de Janeiro e Ribeirão Preto), Adriano Curado e Luiz De Aquino Alves Neto (escritores talentosos e experientes), Juliana de Pina (Clã de Conceição Lopes e de José Mendonça), Daniel Mendonça (Clãs Mendonça e Lopes), com a prodigiosa memória para nomes e datas de Gustavo Siqueira, além do amigo de Palmeiras de Goiás, Wender Gomes Caetano da Silva (linhagens de Ranulpho Jayme e Ana Jayme) e as conversas pelas solitárias madrugadas com o primo Fausto Jaime, médico e escritor.

Me alenta a presença e sensibilidade artística de minha esposa MARA RACHEL, ao piano, e a compreensão - pela ausência - de minhas filhas Raquel Peixoto Jaime, Sarah Peixoto Jaime e Déborah Peixoto Jaime.

De antemão todos da família ficaremos devendo à criatividade do talentoso primo LUIZ GONZAGA JAYME ("Gaga"), Designer gráfico, que criou a capa do livro (a da árvore).

Em outras esferas, conto com a colaboração qualificada dos primos RENÉ POMPÊO DE PINA e Frederico Jayme Filho.

Esse é um projeto muito oneroso, pois nessa reta final tenho que passar horas ao telefone, ligando a partir de minha residência em Araçatuba, SP.

O telefone, por sinal, seria o sonho de consumo de Jarbas Jayme, que pesquisou por trinta anos e não viu sua monumental obra prima publicada. Ao contrário desse autor, que conta com essas regalias tecnológicas (telefone, facebook, email, automóvel) Jarbas tinha que se locomover por dezenas de quilômetros, sobre o lombo do cavalo - e muitas vezes com animais emprestados, dado sua situação financeira modesta - para obter as informações.

Se você ainda não enviou seus dados, ou não foi contactado por mim, ou por um dos nossos valorosos colaboradores, por favor, entre em contato comigo pelo inbox, e deixe seu telefone (FIXO ou TIM) que retornarei.

Ou deixe um recado no facebook. Se preferir, me ligue no fone (62) 8431-2121 (TIM).

Ninguém pode ficar de fora!

Lançamento previsto para Novembro de 2016:
- 185º Aniversário de nascimento de "Vô Jaime"
- 116º Aniversário do falecimento de "Vô Jaime"

Nilson Gomes Jaime

Dois netos


Nesta foto, tirada em 17/05/2016, na porta da Matriz, estão dois netos de ex-escravos. Tim de Sá é neto do coronel Chico de Sá. Ranulfo Jaime é neto de Leocádia (minha trisavó), segunda esposa de João Gonzaga Jaime de Sá.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dancarinas de cabaré

Naqueles idos de 1930 creio que era mesmo um escândalo uma mulher dançar na noite. E ainda mais se fosse alguém com quem o comissário de polícia tinha uma filha. Todos na pequena cidade sabiam do resultado da aventura extraconjugal do policial, mas mantinham-se em sepulcral silêncio, por razões óbvias. O nome do homem era Lopes e o da dançarina, Marinalva. Um casal que vivia aos trancos e barrancos, com agressões mútuas e escândalos a custo contidos pelos jornais. Uma história assim, por certo, não poderia acabar bem.

O entrevero final se deu numa noite de reinauguração da Casa Estrela, o maior e mais sofisticado cabaré da região, lugar frequentado por políticos, industriais, fazendeiros e outros casca grossa. Marinalva foi previamente apresentada nas propagandas como a atração principal, o "prato do dia", no linguajar da mídia. A esposa de Lopes, inclusive, comentara que era obrigação dele zelar pelos bons costumes e impedir que o rádio noticiasse algo assim a todo momento.

Por volta das vinte horas já não cabia mais ninguém na Casa Estrela. Até sua calçada, e mesmo algumas ruas ao redor, estavam lotadas de curiosos. Quem comprara o bilhete com semanas de antecedência, estava lá dentro. Os demais só podiam se contentar com o entra e sai de gente importante. Sentados às mesas cobertas com toalha vermelha, à luz de um discreto abajur, os homens de sobrecasaca aguardavam ansiosos que Marinalva se apresentasse, enquanto assistiam as apresentações menores e saboreavam Camus Cognac Cuvee a preço de ouro.
Mas nem tudo era tranquilidade naquela casa de shows. Trancada no camarim, Marinalva ouvia as argumentações de Lopes. Ele estava bêbado, cabelo e roupas em desmazelo, e trazia um revólver na mão. Dizia para sua amada que apesar de não poder arruinar o casamento, era dela que gostava. Argumentava também que tinham uma filha e aquela profissão não era digna de uma mãe zelosa. Por fim, terminou com o oferecimento de bancá-la para que não se apresentasse naquela noite.

─ Meu querido, não faço isso por dinheiro. Sou uma profissional da dança, quero que minha arte seja vista. Eu vivo pela satisfação que isso me dá.

─ Mas os homens que estão ali fora não pensam assim. Eles olham para você com malícia de acentuada libido.

─ Não respondo pelos outros. Falo apenas por mim.

Ele está realmente muito nervoso, e agora passa a mão pela testa empapada de suor. O álcool gira na cabeça, embaralha o pensamento

─ Eu também amo muito você, Lopes. Mas sou uma artista, tenho que expressar minha arte. Não faço isso unicamente pelo dinheiro, repito.

Ele então aponta a arma para ela.

─ Não posso ver a mulher que amo e que é a mãe de minha filha se vender assim!  

Quando finalizou o derradeiro show menor e o apresentador estava prestes a anunciar a atração primeira da casa, ouviu-se no salão um estampido de tiro. Alguns se põem de pé, outros se aproximam cautelosos da saída. Afinal, são autoridades públicas que não podem se expor a escândalos.

Mas o vozerio silencia quando Marinalva se apresenta bela e deslumbrante para a plateia boquiaberta. E fez a maior e melhor apresentação de toda sua carreira. E também a última.

Estendido no camarim, uma poça de sangue ao redor do corpo, Lopes jazia com a arma ainda na mão. Suicidara-se, concluiu a perícia. E o interessante da tragédio era que, morto, conseguiu o que não lograra êxito em vida: tomada pela emoção, Marinalva deixou o palco para sempre...

Mas dezoito anos após, Marilinda, a filha, estreava na Casa Estrela.

Adriano Curado

Conto resumido extraído do livro O tapuia que não falava português.

Prefeitura viabiliza emissão da NFE pelo site

A Secretaria de Administração e Finanças comunica aos contribuintes que utilizam a Nota Fiscal Eletrônica que a partir do dia 1 de junho do decorrente ano de 2016 a emissão da NFL pelo site da Prefeitura estará liberada no momento da solicitação online pelo site.

Para maiores informações ligue: 62 3331 11 42