quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Meia Ponte e a Independência do Brasil


No dia de hoje se comemora a Independência do Brasil. E é também oportunidade de relembrarmos um ilustre pirenopolino, herói de guerra que criou um exército capaz de dar ao Príncipe Regente, D. Pedro, a segurança para nos livrar do Império Português. Falo do Marechal Joaquim Xavier Curado, criador do Exército Nacional.

Xavier Curado nasceu em Meia Ponte (hoje Pirenópolis) na Fazenda Santa Rita, que ficava distante a 18 quilômetros dessa povoação, e onde seu pai, José Gomes Curado, era juiz ordinário e dono de engenho de beneficiamento de cana-de-açúcar. Depois da morte do pai, a mãe se mudou para Jaraguá e ele foi para o Rio de Janeiro seguir carreira no Exército.

Dom Pedro, Príncipe Regente do Brasil, e depois Imperador

Em 26 de abril de 1821, D. João VI e sua corte deixavam o Brasil, acompanhado por 4 mil pessoas. Mas deixou seu filho D Pedro como Príncipe Regente, na esperança de que no futuro herdasse do trono português. 

Ocorre que grande foi a pressão para que também D. Pedro retornasse a Portugal e ele já estava prestes a cumprir tais determinações, o que seria um golpe mortal aos interesses brasileiros de verem-se livres dos colonizadores.

Foi então que entregue a D. Pedro um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de brasileiros que pediam comoventes que ele ficasse. Era o dia 9 de janeiro de 1822 (Dia do Fico), quando foi dita a famosa frase: “Se é para o bem  de todos e felicidade geral da não, diga ao povo que fico”.

 
Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro

 No entanto, o Comandante do Exército do Império Português no Brasil, General Jorge Avilez, não gostou dessa atitude e, disposto a pôr fim às pretensões brasileiras de independência, numa demonstração de força, cercou o Rio de Janeiro,  distribuindo os soldados do Morro do Castelo ao Mosteiro de São Bento. Queria com isso obrigar D. Pedro a retirar-se do Brasil.

Como resposta à movimentação bélica de Avilez, espontaneamente o povo carioca começou a se juntar no Campo de Santana. Formava-se ali um esboço de milícia de maioria parda, negra e pobre. Levavam suas armas pessoais, chegavam montados ou a pé. Uma demonstração cívica de grande significado, embora certamente desastrosa se necessitasse de confronto com o organizado Exército do Império.

Campo de Santana
 E foi então que, no dia 12 de janeiro de 1822, chegou ao Campo de Santana o General Curado, veterano de tantas guerras, queridíssimo pelo povo. Foi aclamado com palmas e vivas, e sua presença deu novo ânimo aos brasileiros. Com sua experiência organizou o bagunçado aglomerado de gente e em pouco tempo já estavam distribuídos em batalhões de milhares de homens comandados por oficiais por ele designados.

Tudo isso surpreendeu e assustou o general português. O Morro do Castelo foi cercado por terra por Xavier Curado e pelo mar por Rodrigo Delamare. Rendia-se o Império e suas tropas retornavam a Lisboa. 

Em 7 de setembro de 1822, à margem do Ipiranga, era proclamada a Independência de Brasil.

O grito do Ipiganra, Pedro Americo, 1888, Museu do Ipiranga

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Adriano Curado