segunda-feira, 31 de julho de 2017

O casarão da Família Batista


O velho casarão da Família Batista está de pintura nova, todo engalanado e vistoso na Rua Direita. Atualmente é o escritório do colega Diego Peixoto. Mas em tempos antigos era conhecida como casa de Seu Neco Mendonça, que ali exercia a profissão de farmacêutico prático, onde manuseava no laboratório as fórmulas dos remédios que fabricou por décadas na botica (era um boticário), como seu pai. 

Muito antiga essa construção, data da primeira metade do século XIX ou final do século XVIII. 

Quando não havia teatro em Pirenópolis, no Beco de Seu Neco improvisavam um rancho para as apresentações e os atores usavam os quartos da casa como camarim, passando pelas janelas que ficavam à altura do palco. Parabéns aos proprietários por conservá-la.

Adriano Curado

Obras interditadas


Neste momento duas obras estão interditadas em Pirenópolis pelo IPHAN. Uma na região do entorno do tombamento e outra na Rua Direita. Para evitar dor de cabeça, aconselho sempre a procurarem um advogado antes do começar alguma intervenção em imóveis. 

A placa do escritório de advocacia, por exemplo, antes de ser colocada aqui em casa eu fiz um processo no escritório local e consegui autorização. 




quinta-feira, 27 de julho de 2017

Meu amigo Pérsio


Pérsio Forzani consegue ir além das artes plásticas em seus quadros. Salpica confeitos da alma na ponta dos pincéis e de lá extrai poesia que espalha pelas telas da imortalidade. Pérsio é um anjo de candura e talento. Reflete a alma meiapontense como poucos. Como sou sortudo por ter Pérsio como amigo!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Time shere novamente

Esse time shere nem começou e já traz dor de cabeça. Vestiram um vendedor de mascarado para oferecer cotas nos apartamentos. Isso é um total desrespeito com nossa cultura, coisa de quem não está nem aí para a cidade e seu folclore. É o mesmo que pôr um farricoco da Cidade de Goiás para anunciar promoção em lojas. A foto está circulando pelas redes sociais e causando indignação nos que verdadeiramente amam Pirenópolis. De que adianta pintar o Bomfim e depois aprontar algo assim?

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Maquina de costura


Lá está ela, encostada a um canto da casa, aposentada depois de muitas décadas de árduo trabalho. Hoje se compra roupa pronta, não se costura mais em casa. São as facilidades da vida moderna. Mas antigamente as donas de casa eram prendadas em corte e costura e tinham que se desdobrar para conseguir vestir a numerosa família. Descansa, velha máquina de costura, e guarda consigo lembranças de um tempo que não volta mais.

Adriano Curado

Cavalhadas de Pirenópolis no batismo de Goiânia


A cavalhada de Pirenópolis se fez presente no Batismo Cultura de Goiânia. 

Consta o seguinte no Livro de Tombo da Matriz de Pirenópolis (1929 – 1955), p. 82: “No dia da inauguração, 5 de julho de 1942, houve missa festiva e sermão vespertino. Parece que o povo mostrou pouco interesse por este histórico acontecimento único da fundação de Goiânia. Lá na capital, repetiu-se a nossa Cavalhada e Pirenópolis ocupou um lugar honroso na exposição de todos os municípios do Estado”. 

A participação da Cavalhada se deu em dois dias, com todas as carreiras, não foi apenas uma demonstração. O prefeito à época era meu saudoso tio-avô José Augusto Curado, que conseguiu mobilizar a maior caravana que compareceu à capital: 24 cavaleiros e pegadores de lança, a banda, moças do desfile, tratadores de cavalos etc. 

Na foto, meu igualmente saudoso avô José Abadia de Pina, então com 19 anos, na Cavalhada em Goiânia. Fica um pouco dessa história que aconteceu há 75 anos.

Adriano Curado

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Pedintes


As ruas de Pirenópolis estão tomadas por pedintes e isso inquieta a população e turistas. Eles chegaram nas vésperas da Festa do Divino, e vieram em grande grupo de dezenas de pessoas. Certamente que foram atraídos pelo aglomerado de gente que veio festar. O problema é que não foram mais embora. Estão espalhados de dia pela cidade, usam as praças para higiene pessoal e os becos como banheiro. À noite se aglomeram de forma organizada na ponte pênsil Dona Benta.

O intrigante é que essa gente toda, surgida por aqui do dia para a noite, não se veste como mendigo e parece que tem instrução. Sugiro então que a polícia os aborde, peça identificação, cheque no sistema os antecedentes criminais. Se for gente de bem, que se tente integrar os que quiserem em algum projeto social da prefeitura. 

Do jeito que está é que não dá para continuar.

Adriano Curado

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Teatro em ruínas


O prédio do Teatro de Pyrenópolis vai desabar. Construído em 1899, por ele passaram grandes acontecimentos da vida cultural de Pirenópolis. O edifício é estadual, mas foi cedido ao Município que não cuidou, e agora toda a fachada ameaça desabar. Tudo o que foi feito se resumiu num tapume para isolar o local, mas já faz tanto tempo que também ele apodreceu. Fez falta esse espaço na Festa do Divino, como fará nos outros eventos, como a Flipiri. Por conta desse descaso do Poder Público para como o nosso patrimônio histórico e nossa cultura é que reafirmo: precisamos de uma entidade privada com poderes para ajuizar ação civil pública. Se quem deveria agir não o faz, façamos nós como cidadãos.

Adriano Curado



sexta-feira, 14 de julho de 2017

Inventário de Leocádia Jayme

O Blogue Cidade de Pirenópolis publica hoje, com exclusividade, o inventário dos bens deixados por Leocádia Jayme, que foi a segunda esposa do Coronel João Gonzaga Jaime de Sá, genarca da família Jayme/Jaime de Pirenópolis. O casal viveu junto por trinta anos e teve quinze filhos, descendência que se espalhou mundo afora. Leocádia faleceu em 01/02/1923 e seu inventário só foi realizado quatro anos depois. Até então esse documento era desconhecido, mas eu o garimpei no imenso arquivo judiciário da Comarca de Pirenópolis. Publico-o porque é público por natureza e para ajudar outros historiadores. Se todos fizessem isso, a história certamente seria contada de forma diferente.

Adriano Curado


Campus da UEG legaliza sede


A Universidade Estadual de Goiás, campus Pirenópolis, recebeu a doação do terreno onde está localizada. A documentação foi assinada pelo representante da Celg Geração & Trasmissão. A área tem 30 mil metros quadrados.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A alma da cidade

Foto Araguaia Paranhos

Na amplitude da noite, a alma da velha cidade vaga à procura de sua essência e se perde nas encruzilhadas e labirintos que o tempo criou, qual teia de uma imensa e venenosa aranha. Mas enquanto houver uma criança que sorri em sua inocência, uma abelha que acarinha a flor ou as rufadas de luz assolando a madrugada precoce, haverá o renascimento de uma esperança. E mesmo naqueles instantes tristes, quando parecer que não ouvimos mais as asas protetoras de um anjo no universo, certamente será porque ele nos protege num abraço fraternal de mil luzes. Meia Ponte renascerá sempre, é eterna, é a metade inteira de um coração transbordante de amor. 

Adriano Curado

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Morre Adomício de Almeida


Este site está de luto pela morte de Adomício de Almeida, também conhecido por Besourinho. Era empresário na cidade, dono do Restaurante Oxente Uai, mistura de comida nordestina com mineira. Foi para a Festa do Morro dos Pireneus, passou mal, foi socorrido mas não resistiu.

Besouro era um grande amigo meu, desde os tempos do ônibus de estudante para a faculdade, depois como funcionários da prefeitura e depois na advocacia quando indicava clientes. Sabia mais de mim do que eu próprio. Só tenho boas lembranças dele e guardo os causos engraçados de suas aventuras amorosas - daria um bom livro. Muito jovem, cheio de vida, merecia ficar mais tempo entre nós e nos contagiar com a fartura do seu espontâneo sorriso. Mas a vida segue seu curso. Consola a certeza de que quem vive nas lembranças dos amigos é imortal. 

sábado, 8 de julho de 2017

A romaria que se renova

Foto: Luiz de Maura


É uma tradição que já tem noventa anos e que se renova constantemente. A procissão com a imagem da Santíssima Trindade saiu da porta da Igreja do Bonfim e subiu o morro - literalmente. Caminharam por volta de 20km numa estrada de cascalho solto, com poeira e vento gelado. Ao chegarem na Serra dos Pireneus, os participantes foram recebidos pela festeira deste ano, Helena de Pina, com fartura de comida e bebidas.

Adriano Curado


Foto: Luiz de Maura



sexta-feira, 7 de julho de 2017

Festa do Morro


Foi no ano de 1927 que o Comendador Christóvam José de Oliveira criou a romaria em louvor à Santíssima Trindade na Serra dos Pireneus. Ele e sua esposa Aládia Batista de Oliveira e também muitas outras famílias passaram a montar acampamento na região. Para isso escolheram a ocasião da lua cheia de julho. A festa cresceu, passou a ter queima de fogos, fogueira, levantamento de mastro etc. 

Decano da festa é dona Dione de Oliveira Pina, que com seus noventa anos de idade, apesar do frio, não deixou de novamente acampar este ano.

A festeira de 2017 é Helena de Pina, nesta de Christóvam e romeira assídua de muitas festas. A festa começou dia 06 e vai até dia 09 deste mês.

Parabéns aos romeiros do Pireneus pela desprendimento pessoal e pela coragem de enfrentar o frio histórico que assola Goiás este ano.

Adriano Curado


terça-feira, 4 de julho de 2017

Plano Diretor paralisado


É preciso rever o Plano Diretor de Pirenópolis. Um projeto assim não pode ficar dentro de uma gaveta enquanto reuniões intermináveis são realizadas e não se chega nunca a um consenso. É que por lei a área municipal urbana tem que ser revista no período de uma década. 

Mas independente do lado legal, a cidade não para de crescer, e se não o faz dentro das diretrizes de uma legislação, faz clandestinamente. E não é difícil flagrar loteamentos irregulares em nossa cidade. O golpe imobiliário mais ousado é vender terras rurais em tamanho inferior ao mínimo do módulo e fazer um compromisso de compra e venda, o popular "recibo", que ficará numa gaveta esperando dias melhores.

Se por um lado não queremos uma cidade de grande proporções, como era o plano original, também não podemos virar as costas para a problemática da expansão urbana.

É melhor regulamentar ou corrermos o risco de um jogo sem regras definidas. Porque aí, caro leitor, será o caos e nossa cidade pagará por isso.

Adriano Curado